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Manejo do solo na cafeicultura: produtividade e sustentabilidade

Manejo do solo na cafeicultura: produtividade e sustentabilidade

R$ 0,00Preço
http://repositorio.ufla.br/jspui/handle/1/48424
  • Editora/Coeditora

    Editora UFLA
  • Autor/organizador(es)

    Carla Eloize Carducci Geraldo César de Oliveira
  • Ano de publicação

    2021
  • ISBN

    978-65-86561-17-3
  • Número de páginas

  • Sinopse

    É uma honra e um grande prazer ter sido escolhido pelos autores para apresentar este livro. Poder presenciar o nascimento desta obra que reúne conhecimentos acumulados, ao longo de mais de uma década, de estudos dirigidos por professores e estudantes do Departamento de Ciência do Solo da UFLA, é uma alegria que toma nova dimensão agora, quando este trabalho se torna público. Meu entusiasmo é ainda maior pela relevância e impacto desta obra para a cafeicultura de Minas Gerais e do Brasil. Este livro aborda um sistema conservacionista de manejo do solo, com largo embasamento teórico e experiências vividas em laboratório e no campo. Ele traz inovações a respeito do manejo do solo para a cafeicultura de sequeiro. As descrições dos resultados obtidos nas lavouras sob o sistema conservacionista de manejo do solo saltam aos olhos e, às vezes, surpreendem. À medida que o livro desvela resultados tão animadores, a primeira ideia que nos ocorre é que o caminho para obter tais resultados é investir no que há de mais moderno na agricultura, devendo adquirir máquinas inteligentes dotadas de formas de inteligência artificial, os insumos recém-lançados no mercado, técnicas de gerenciamento modernas e outras tecnologias que são reveladas todos os dias. Mas, certamente, você irá se surpreender ao verificar que as bases para a cafeicultura de alto rendimento que serão apresentadas ao longo do livro, estão ancoradas em fundamentos que em grande parte já estão escritos há algumas décadas, sem nenhum demérito, baseados principalmente em estudos do século passado, reafirmados com pesquisas atuais. Devo admitir que anunciar ao leitor que grande parte do que é apresentado no livro confirma resultados de estudos do século passado, pode não parecer muito animador. Porém, o que nos surpreende neste livro é a capacidade de reunir um vasto embasamento teórico em um sistema de manejo fazível, prático, de fácil implementação pelo produtor e com resultados positivos para a conservação do ambiente e para a produtividade das lavouras. Na primeira visita que realizei no ano de 2008, às lavouras com manejo conservacionista do solo, pertencentes à Empresa AP, na região próxima a Serra da Canastra, algumas memórias me vieram à cabeça. Lembrei-me que na década de 80, minha família foi morar em Rondônia para plantar café conillon em “terras novas” e em uma região que não faltava chuva. Na nova realidade, em Minas Gerais, como pesquisador, no trabalho de campo, eu me deparava com uma região de seca edafológica pronunciada, solos naturalmente pobres, com declive acentuado, incluindo Cambissolos, testemunhei nessa região lavouras exuberantes e produtivas em condição de sequeiro. Essa produtividade não deixou apenas eu impressionado, mas também aqueles que estavam juntos na visita, o pesquisador Paulo Gontijo e o técnico agrícola Mario Lúcio que nos guiou naquela viagem, ambos da EPAMIG, alémdos professores do Departamento de Ciência do Solo da UFLA, o Geraldo César de Oliveira e o José Maria de Lima. Pessoas experientes, que Manejo do solo na cafeicultura: produtividade e sustentabilidade 9 já vivenciavam a cafeicultura há muitos anos. Enfim, minha família não precisava ter ido tão longe para produzir café. Nesta primeira viagem, fomos recebidos pelos proprietários da Empresa AP, o que seria apenas um momento para trocar ideias e visitar as lavouras, foi um dos grandes encontros que já vivenciei entre a academia e o produtor. De um lado, o produtor com a demanda do refinamento das práticas de manejo, da chancela científica aos métodos empregados e de compreender as razões científicas dos resultados, o que permitiria expandir aquela experiência de sucesso para outros ambientes, com outros solos, outros relevos e em outras fazendas. Pelo lado da academia, a profunda inquietação diante de um sistema de manejo que desafiou as limitações do solo e do clima e nos apresentou uma cafeicultura de alto rendimento. Com respeito à paciência do leitor, mas ainda no campo das minhas memórias de infância, lembro-me de ouvir um vizinho que ignorava a reclamação geral do baixo preço do café a afirmar “café está caro, ninguém come”. Ele queria dizer que o café era um produto que as pessoas consomem pouco. Naquela época não tínhamos ideia dos milhões de consumidores de café ao redor do mundo. Lembro também da indignação de minha família que se desdobrava esparramando, juntando e realizando todos os demais cuidados com o café no terreiro, enquanto nosso vizinho não fazia nada disso. A colheita seguia, ele ia amontoando o café de várias semanas e o monte era esparramado somente pelas suas galinhas. No final, o café recebia o mesmo preço de venda. Fazendo um paralelo destas memórias com os dias atuais, observamos o crescente número de consumidores de café pelo mundo e uma grande mudança cultural, pois os consumidores atuais são exigentes em qualidade dos grãos e buscam saber a origem da produção. Para um grupo crescente de consumidores é inegociável que o processo de produção do café que ele consome esteja ancorado no tripé da sustentabilidade, com um processo socialmente justo, ambientalmente adequado e economicamente viável. Neste ponto, o livro oferece uma enorme contribuição e embora eu tenha vivenciado o equilíbrio destas pernas do tripé nas fazendas onde foram realizadas as principais pesquisas aqui apresentadas, vou me ater ao aspecto ambiental, que é sustentado pelos resultados dos estudos aqui apresentados. Este livro, ancorado em bases científicas e na larga experiência dos autores, traz uma apresentação clara de um novo caminho para a cafeicultura, propondo a substituição do sistema tradicional de manejo do solo pelo sistema conservacionista de manejo que vai ao encontro dos anseios do consumidor sobre a conservação dos recursos do solo e de água e do elevado aporte de carbono no solo, que contribui para mitigar as emissões de gases do efeito estufa. Temas que serão abordados com grande profundidade em capítulos que sucedem. Os autores desmontam qualquer dualidade entre a alta produtividade e a conservação dos recursos naturais. Ao contrário, indicam que a conservação e a produção são aliadas e, que uma vez experimentada essa complementariedade, a conjugação destes dois aspectos não tem volta, pela satisfação e rendimentos que gera. Manejo do solo na cafeicultura: produtividade e sustentabilidade 10 A todos que tiveram a paciência de ler até aqui, posso assegurar que o melhor estar por vir. Os resultados de dezenas de artigos científicos, teses de doutorado, dissertações de mestrado e trabalhos de conclusão de curso foram transformados em uma linguagem técnica científica, elegante e aplicada à realidade da cafeicultura, somada à larga experiência e conhecimento dos autores. Desejo boa leitura aos diversos públicos que este livro contempla, incluindo estudantes, agrônomos, técnicos, pesquisadores e produtores. Devo adverti-los para que estejam preparados, pois, ao final, se não estiverem cheios de novas ideias, estarão com boas perguntas e, certamente, contribuirão para florescer uma nova cafeicultura.

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